DESTAQUE DO MUNICÍPIO DE CAMPO VERDE - MT
A mato-grossense Reany Oliveira, de 23
anos, segunda colocada no concurso Miss Brasil Surda, realizado em março de
2012, em Fortaleza, no Ceará, se prepara
para concorrer ao Miss Surda Internacional, previsto para julho deste ano e
revela ter o sonho de representar o estado, mostrando que a falta de audição
não é uma barreira. Com a ajuda de uma intérprete de Libras (Linguagem
Brasileira de Sinais), ela disse ter ficado surpresa com o convite dos
organizadores do evento que deverá ser realizado nos Estados Unidos.
De acordo com Reany, antes a previsão
era que participasse do concurso internacional somente a primeira colocada no
concurso. No entanto, ela foi convidada, mas assim como no Miss Brasil Surda
terá de contar com a ajuda de patrocinadores para custear as despesas com a
viagem.
Reany não nasceu surda e aos sete meses
teve infecções no ouvido que causaram a deficiência auditiva profunda, fazendo
com que ela tivesse apenas 10% da audição. Ela cursa Pedagogia em uma
universidade particular de Campo Verde (MT), o qual irá concluir ainda neste
ano, e dá aulas de Libras nas escolas da rede pública de ensino.
Apesar de ter ficado em segundo lugar,
Reany se considera vitoriosa, principalmente por ser a primeira vez que
representou Mato Grosso em outro estado. “Já me sinto vitoriosa por chegar até
aqui. Não vou desistir e outras oportunidades virão”, disse a candidata sobre o
primeiro concurso voltado para os surdos.
Reany contou que desde criança sonhava
em desfilar e que já venceu dois concursos de miss: uma vez como miss Campo
Verde e outro como miss Expovale, festa de exposição agropecuária da cidade.
“Já pensei em desistir, mas minha mãe sempre me incentivou muito e não é o
preconceito das pessoas que vai me deixar triste e me desanimar. Vou em busca
dos meus sonhos”, enfatizou.
A estudante revelou que antes do
concurso aumentou os cuidados com a beleza, embora afirme que sempre se
preocupou com a aparência. Ela disse que alguns dias antes do desfile
intensificou os cuidados com os cabelos, além de controlar a alimentação.
Para ela, o concurso foi de extrema
importância para quebrar barreiras e permitir que os surdos mostrem o seu
potencial. “O concurso serviu para estimular a comunidade surda a participar e
mostrar que não tem barreiras para os surdos”, avaliou. A maior dificuldade dos
surdos, conforme a universitária, é a comunicação, pois são poucas pessoas que
dominam a Libras.



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